Pouco se fala em trabalhar qualidades. Geralmente
as pessoas estão mais preocupadas em controlar (reduzir ou anular) defeitos,
mas não se preocupam com as qualidades. Aliás, nunca ouvi sobre a possível
existência de diferença entre se trabalhar um defeito ou uma qualidade. Mas o
assunto me veio em mente, e além de ser interessante, creio ser útil também.
Quando se atua numa falha, nela todo esforço é
focado, e possivelmente a importância duma virtude é deixada de lado. Por
exemplo, se uma pessoa é muito nervosa, recomenda-se procurar por alguma
terapia para controlar o nervosismo, ou algum meio para manter a calma
(respirando fundo, imaginando algo de bom, etc). Dentro do processo deste
exemplo, os talentos já existentes na tal pessoa não foram trabalhados, estão
parados, estagnados.
Geralmente se desenvolve um defeito pela carência
de ter desenvolvido uma qualidade. As pessoas geralmente são tão preocupadas em
resolver os problemas de suas vidas, que se esquecem de suas qualidades, com
isso, com o passar do tempo, aquela pessoa que era carismática o deixa de ser
devido ao esfriamento da vida contemporânea cotidiana. Aquela pessoa que antes
era meiga, toma o uso de palavrões e expressões grosseiras devido à convivência
com pessoas rudes ou por frequentar ambientes toscos. O mesmo se pode falar de
quem antes era discreto e polido, e se torna medíocre, descortês. Quem antes
era dedicado e esforçado, se torna indiferente, etc.
Em suma, trabalhar um defeito é como trabalhar um
efeito, enquanto trabalhar uma qualidade seria atuar numa causa. Desenvolver
uma qualidade promove o melhoramento do ser, que enobrece, que cresce. É gastar
tempo com algo positivo, algo que constrói. A partir disso, pode-se prevenir
defeitos, e trabalhar os existentes. É como criar um escudo protetor de
aflições e fraquezas. Portanto, pratiquemos o melhoramento de nossas qualidades,
foquemos nelas, e a amenização de defeitos nos surpreenderá no futuro.
Focar no erro e trabalhar sobre ele tornou-se um vicio, já que não queremos nunca aceitarmos nossos defeitos e muito menos e conviver com eles. Queremos ser o que os outros querem que somos. Muito bom o artigo. Parabéns!
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