quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Vozes e dicionários

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Como algo que brota da terra, pensamentos vinham a todo instante soprando vozes em seu ouvido. Lembranças de um passado bom e triste. Um presente de muito trabalho, mas muitos amigos para brincar. Um futuro que não tinha interesse em saber.

Ela queria apenas viver, sem preconceitos e sem metodologias que a fazia pensar em tudo e nada, que te dava como resposta apenas um vazio que tinha fim: a esperança de mudar o jogo.

Pensava na vida como uma oportunidade, um aprendizado e um tempo para fazer amigos, sugar toda a energia boa que deles emanavam, trocar experiências, ser feliz, rir e brincar com eles. Tinha dúvidas sobre seu desapego e sobre como seria depois.

Não sabia o que fazer.

Tinha na sua frente uma página em branco e um computador. Mas não tinha o mais importante: as palavras.

Todas as palavras que haviam lhe soprado os ouvidos agora faziam parte de uma lembrança já não esquecida, apenas guardada. Onde estavam as vozes?

Ela iria procurá-las no dicionário.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Eterno

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Se pudesse prolongar uma sensação, a primeira delas seria um momento tênue entre uma boa música com a companhia de alguém que gosto.


Ou aquela ligação que eu estava esperando tanto.


O sonho realizado, ou o caminho que percorri até ele.


O conhecimento adquirido.


A amizade conquistada.


A presença de um anjo.


O cheiro da manhã.


O barulho gostoso da noite.


As vozes da liberdade.


A lágrima da tristeza.


A presença de guias espirituais.


A leitura de um bom livro.


O perfume de uma flor que fica no ar.


A ânsia de mudança.


A expectativa de um novo emprego.


São momentos efêmeros, prolongados ou tênues. Mas são registros que ficarão guardados na memória com as mesmas sensações, músicas, perfumes e presenças.


Isso porque, todos que passam por nossas vidas, todos os momentos que valem a pena lembrar, são únicos. O momento é agora e a vida é essa. Resta-nos aproveitar.


*Escrito em 15 de setembro de 2010 (readaptado em 27 de setembro de 2011)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A Rede

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Você me quer todo para si

Você diz que me ama

Diz que sou lindo

Diz que pensa em mim o tempo todo


Oh, me propôs namoro!

Mas qual seu conceito disso?

Como você acha que vou superar

Nossa diferença de fuso horário?


Da noite para o dia o amor nasceu

No coração de um pobre carente

Por imaturidade ou pura necessidade

Ontem eu era ninguém, hoje sou a razão da vida de alguém


Mostre-me suas garras

Prenda-me em seus dedos

Proiba-me, procure-me, investigue-me

Cobre o amor que devo lhe corresponder


Mas por que seu assunto não muda?

Por que é sempre a mesma coisa?

Eu não quero mais saber de você

Entendia-me seus monólogos sem fundamentos


Você realmente me abalou

Ocupando meu precioso tempo

Me prendeu com suas bobagens

Fui capturado, e agora estou preso


Na sua rede.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

EL NARANJAL

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El mundo es un naranjal

Y todos sus frutos son gratuitos

Sólo tenemos que hacer buen provecho

Sin duda, muchas grandes naranjas nos van a ser ofrecidas

Y ni siempre podemos aceptarlas, por cuenta de riesgos:

“¿Y si esta naranja quedarse mala?” “Y se hay gusanos en ella?”

¡Pero tenemos que arriesgar y tomarlas!

Hay frutos pequeños, los que miramos y decimos:

“Quiero un más grande”

Y entonces nos cambiamos por otro

Aunque grande y estupendo pero amargo

Mientras nos quedamos con el pequeño

Y hacemos buen provecho suyo

Este nos va a ofrecer abundante jugo

Dulce y satisfactorio

Cualquiera que sea el caso, hay siempre un jugo

Hay siempre algo que el naranjal nos enseña

Y así soy yo

Busco por el jugo en todas las naranjas que me ofrecen

...a veces, frutos malos nos caen en las manos

Son los que nada tienen, siquiera un juquito

Entonces es hora de tirarlo a la basura.

*Escrito em setembro de 2007 para ser colocado na minha página no Orkut.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Perda*

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É difícil lidar com perdas. Mais difícil ainda é quando se trata da perda de uma pessoa, e ainda pior quando se trata de perder alguém que ainda está vivo. Durante toda a vida enfrentamos esse tipo de perda. Várias pessoas já passaram por nossos círculos sociais, e é comum pegarmos uma fotografia e pensar “Veja fulano! Éramos bons amigos. Que saudade! Bons tempos aqueles”. Mas, afinal de contas, em que consiste a perda?

A perda não está relacionada com a distância, pois é possível se estabelecer fortes laços com entes queridos a muitos quilômetros, enquanto nem se dá conta da situação do seu visinho. A perda de alguém ocorre quando uma das partes já não se satisfaz com a outra, ou ambas não se satisfaçam simultaneamente. Perder alguém acontece por não se estar mais atendendo às necessidades daquela outra pessoa, e vice versa.

Tenho amigos em estados e até mesmo em regiões diferentes da qual vivo, e mesmo assim mantenho relações diretamente. Um processo mútuo, no qual sabemos como está a vida de cada um. Por outro lado, infelizmente existem pessoas que faziam parte do meu círculo social, moram praticamente ao meu lado e não sei mais nada delas, e quando juntos não temos assunto.

Na maioria das vezes a perda de alguém só é percebida depois de algum tempo, pois ela ocorre gradativamente. Não se perde da noite para o dia: na medida em que os costumes, pensamentos e objetivos não são mais compatíveis com o mundo da outra pessoa, a perda então inicia seu processo. Sendo assim, ela é mesmo triste e difícil, porém algo natural na vida, e portanto não pode ser necessariamente ruim. De repente, pode contribuir ainda mais para nossas vidas.

A perda ocorre com quem não mais participa de nossas vidas, seja por desinteresse ou por incompatibilidade de objetivos. Assim, a estes não podemos chamar de amigos. Amigos são amores, e amores são pro resto da vida. Todos temos amigos com os quais podemos conversar por horas sem perder assunto, que podemos visitar sem nos sentir constrangidos. Mas quando se perde alguém, se perde um não amigo, alguém que deixa os laços se arrebentarem por ter se mudado de cidade, de emprego, de curso, ou de outras obrigações sociais.

Portanto, se alguém deixa os laços se desfazerem, a amizade se esvair, a perda é triste, mas não é ruim. Pois relações devem ser mantidas com os quais contribuem para nossa vida, com quem nos fazem felizes sempre. Sempre, essa é a palavra. Esqueça os sentimentos efêmeros, esqueça o passado. Concentre-se no agora, ele é a chave para o depois. É nele (no agora) que ocorrem os principais fatos de nossas vidas.

*Inspirado no texto homônimo, postado anteriormente por Bianca (clique aqui para visualizar).

sábado, 17 de setembro de 2011

O cara de duas caras

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Existia sem muita metodologia.






Gostava de extremos difíceis, mas que lhe chamava a atenção.






Certo dia, aquela que o observava, fez algumas anotações mentais, rezando para que não desaparecessem como nuvem. Pegou um lápis, um papel e pôs-se a escrever.






Era uma pessoa feliz, defendia a vida com princípios fervorosos e com paixão, mas perto de um certo, era apagado, sem as cores brilhantes ao seu redor.






Como no amor e ódio, ele se propunha a se desafiar, com unhas e dentes e esperava até onde dava. Seu corpo já não suportava tanta pressão, mas sua mente queria ser livre.






Amava fervorosamente e com paixão, a ponto de sufocar-se com sua própria angústia, mesmo sabendo que poderia se machucar.






Aqueles outros que o vêm, interpretam como um pequeno, mas tinha uma mente brilhante de uma pessoa experiente. Mas, era novo pois tinha muita coisa para aprender, e muitos defeitos para lapidar, mas encarava a vida com uma sabedoria ingênua, serena e feliz. Afinal, o que ele queria era apenas o amor. Só o amor.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Só pra descontrair...

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Traga um pouco de verde, rosa, amarelo, lilás, azul, laranja, branco...sim, branco!!!
Traga um pouco de sorrisos, casos, doces, companhia, risadas, choros, e dentes...
Traga Bianca e Genesis, só pra descontrair!
=)

Duvidoso

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Ela vivia a espera.


A espera que a outra, do outro lado, encarnasse naquele personagem montado, com fantasias, esperanças, sorrisos e as quimeras de um mundo perfeito.


Ela vivia a espera. A espera de uma presença constante, que alimentasse suas alegrias, que cultivasse suas histerias.


Mas, a vida on line é uma farsa. Vivia a espera de novas felicidades, de perseguições aguçadas sobre terrenos sem bases, sem solidez de uma vida estável e sem a presença de um toque real.


Um toque real no virtual?


Não, isso não poderia ser possível. O que havia de errado?


Parara de acreditar nas circunstâncias boas da vida? Perdera as cores? As alegrias?


Ela vivia a espera. A espera de um milagre para sua vida sem graça.


Quem vivia a espera?


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Saída

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Resolvi mudar minha postura na escrita.

A partir de hoje (acredito) pretendo mudar, assumir minhas fraquezas, dar a cara a tapa e falar em primeira pessoa.

Minha mente me contou: “Vai, faça.”

E eu o farei. Vou ouvir a mesma música mil vezes, falar que te amo sempre que quiser sem parecer carente, escrever o que quero, declarar meu amor pelo que é diferente, falar de poesia sem ser poeta, falar de filosofia sem ser filósofa, falar de amigos que tenho e arriscar alguns versos.

E quem nunca arriscou uma saída?

Eu é que não vou deixar de tentar.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Perda

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Definitivamente não sei lidar com ela. Difícil aceitar que alguém vai embora com ela e que poderá nunca mias voltar. Mesmo que volte, não será a mesma coisa.
Hoje em especial, sinto que vou perder alguém que amo muito e não queria que isso acontecesse. É uma faca de dois gumes, porque ao mesmo tempo em que quero vê-lo satisfeito, bem em outro lugar, feliz consigo mesmo e mostrando seus talentos (que é o que ele faz de melhor), me sinto mal por vê-lo ir embora. Não posso detê-lo. A menos que seja algo que lhe fará mal, mas no entanto é algo que será somente para o bem, tenho certeza.
Sentirei falta de tudo que me lembra você. As suas chatices matinais, seus abraços corridos, seu sorriso tímido por alguma besteira que falei, as piadinhas internas, os choros e até das brigas que eram constantes.
É...acho que estou me despedindo de você sem ao menos saber o que vai acontecer. Melhor assim, vai que você não escuta isso de ninguém?! Pronto, agora você já sabe.
Ao meu amigo, meu companheiro, meu chatinho e ao cara mais grosso que conheço: vou sentir sua falta. Mas vai na certeza de que estarei sempre com você, mesmo que distante, em qualquer momento e em qualquer situação da sua vida.
A palavra pra você hoje é “boa sorte.”

sábado, 10 de setembro de 2011

Flores

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Flores que cuido aos sábados. Flores que demoram para abrir. Flores que ganhei. Flores simbolizam várias coisas.

Flores que eu e minha prima apanhamos pela vizinhança para enfeitar o caixão de meu avô.

Uma flor na beira do lago presenciando uma conversa entre amigos.

Flores que nasceram no meio da rua, enfeitando a feiúra daquela esquina, e que nem sequer serão capinadas pelo dono da sapataria, pois ninguém as enxerga ali onde estão.

Flores ouvindo os problemas de minhas amigas enquanto aguardam a aula começar.

Uma flor na cabeça do meu amor.

Flores entre os diretores daquela fábrica, mas eles nem as percebem.

Flores pelas quais apanhei na escola, pois elas são coisas de meninas.

Uma flor com perfume poderoso, que só floresce uma vez ao ano.

Flores, as quais algumas me lembram dores.

Flores, muitas são caras, outras são raras.

Um texto sobre as flores, pois são pequenos, bonitos e perfumados detalhes da vida, que nos acompanham em todos os lugares, e por tudo isso precisam ser homenageadas.

Flores são como nós: frágeis, diversificados e belos.

Flores nos ensinam a ser como elas, simples e cheios de vida.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Demônio Classe A

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Um demônio classe A se alimenta de energias boas. É possível sentir uma descarga de energia positiva saindo do corpo, como que repelida por uma onda de energias negativas provenientes do ser maligno, quando este está por perto. Essas energias ruins tomam conta do ambiente por onde o demônio passa, e são como ganchos que pescam os fluidos bons de quem está por perto. Elas se espalham pelo ar, adentram pelos corpos e os pesa. O primeiro foco dele é atacar e danificar o psicológico das pessoas. Onde o demônio se encontra um estado contínuo de imundice e barulho é estabelecido. A paz é necessariamente inexistente mesmo quando ele se ausenta, pois a ansiedade fica em alerta. Este estado é estabelecido justamente para o propósito do demônio: roubar o amor que as pessoas compartilham entre sim. Pois o demônio faz de tudo para estabelecer a desavença e a guerra entre todos. Ele faz de tudo para ser o centro das atenções, pois é imaturo e egoísta. Se consegue seu objetivo ele se torna cada vez maior e mais forte, e avança em seus estágios de maldade, que podem incluir danos físicos e materiais às pessoas de bem. Mas se esse demônio percebe que não está alcançando seus objetivos ele então fica nervoso, pois ele enfraquece, e como todo ser fraco ele apela para chingamentos vulgares, atitudes idiotas e ofensivas, e ameaças desestruturadas. Não existe forma de acabar com um demônio, pois apesar de tudo ele é forte e se impõe. É preciso vencê-lo pelo cansaço, mostrando a ele que seus atos não afetam a integridade do amor existente entre as pessoas. Mas essa tarefa é difícil e exige muita disciplina, muita paciência e muita esperança. Acima de tudo, exige muito amor, pois é preciso amar até mesmo o próprio demônio. Assim, através do amor ao demônio, será possível ajudar a torná-lo um ser bom e digno. Como na lei de Deus, amai o próximo como a si mesmo.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Fora de Ritmo

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A menina dançava, livre de problemas e preocupações. Enquanto dançava, ela também bebia. Comemorava não apenas o aniversário de seu amigo, mas o quão bela a vida era. Linda e jovem, a menina animava o lugar, se interagia com os meninos e brincava com as meninas. Estava no seu meio, eram sua família, com quem compartilhava seus problemas, suas alegrias, seu dias e seus sorrisos. Sem se importar, colocava as músicas que mais gostava, fechava os olhos e se entregava ao momento.

Alguém a observava; era um rapaz mais velho. Reparava no seu jeito, na sua alegria, e a invejava pois sempre sonhara ser assim: livre. Ela parecia não ter de se preocupar com assuntos de casa, nem de trabalho. Parecia estar segura do que queria da vida, de saber se comunicar com as pessoas facilmente, demonstrando agilidade em se interagir, segurança em beber e dançar.

Talvez todo esse jeito da menina fizesse parte do ritual pelo qual passava, onde se preparavam para passar a noite em festa. Ou talvez aquele era mesmo o jeito dela, sua maneira de viver e de conviver. O rapaz continuava a olhá-la, e pensativo a invejava. Ele queria ter aquela animação, sentir aquele ritmo, se entregar ao momento. Mas isso não é algo fácil.

O rapaz se lembrou de sua antiga turma, das festas que costumava frequentar. Lembrou-se que ele era como aquela menina. Ele não tinha grandes preocupações e tinha segurança de seus atos, ele se entregava ao momento. Seus problemas de agora o impediam de se mostrar às outras pessoas, de se expressar e até mesmo de desenvolver suas idéias. Ele percebeu então que quando mais novo ele tinha mais domínio sobre si, assim como aquela jovem menina demonstrava segurança e liberdade.

E o rapaz se perguntou onde estaria aquele jovem que sabia viver.

domingo, 4 de setembro de 2011

Estréia

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Ansiedade. Mãos trêmulas. Olhar nervoso. O que fazer? Preciso ter cuidado, afinal de contas o que as pessoas irão pensar? Preciso fazer bem feito.

Os outros podem pensar que sou bobo, vazio ou monótono. Podem me odiar, mas também podem me amar. Será se consigo que alguém se impressione? Não quero parecer tolo, nem cometer a tolice de querer parecer inteligente. Não quero parecer superficial, nem me perder num oceano de idéias desconexas. Deus, é tão difícil começar?

Toda estréia é marcante pra quem a vivencia, e ela é capaz de influenciar em toda a continuidade do indivíduo. E então, como fica? Como fico eu? Como ficam as outras pessoas? As outras pessoas. Essas que muitas vezes me inspiram e me enlouquecem...pois que venham e me vejam. E me mostrem à vida, para que ela perceba como influencia à mim.

Eu não deveria sentir receio, pois sou o que sou. Sou isto aqui. E não deveria me preocupar com o que as outras pessoas pensam. Mas eu me importo, e espero que gostem.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ouro Colorido

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Tem como plano de fundo as grandes montanhas verdes mineiras que cobrem a estrada.

Nos ouvidos, uma música contagiante, alegre, acompanhada de três vozes cantando a chegada do fim de semana com altos e baixos das ruas históricas.

No rosto, curiosidade tanto por conhecer a cidade, quanto para passar ao lado de quem curte.

Muitos risos, brincadeiras e fotos fizeram parte.

O coração em Ouro Preto com duas pessoas e a alma em Dores de Campos em uma só.

Talvez a cor da felicidade fosse aquela: montanhosa, com muitas pedras e vento da partida do inverno.

Risadas para mostrar os dentes e para mostrar a risada.

Saudade para esconder o que iria ficar por lá, e o que tinha ficado na outra.

Felicidade para mostrar e sentir o momento, e lembrança para guarda-lo para sempre.

Uma lembrancinha de pedra sabão ela trouxe. Mas trouxe também a companhia doce e divertida, a presença marcada e o cheiro característico de verde e aço.

Vamos voltar?

*Foto tirada por Rômer Castanheira em Ouro Preto, dia 07/08/2011 - vista do Parque Florestal